quinta-feira, 15 de abril de 2010

SEMINÁRIO NACIONAL JUVENTUDES PERNAMBUCANAS: UM BALANCO A PARTIR DO SÉCULO XX







O Núcleo de Estudos Eleitorais, Partidários e da Democracia (NEEPD), com o apoio financeiro do CNPq, promove nos dias 29 e 30 de abril, o Seminário Nacional sobre Juventudes Pernambucanas, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Pernambuco (CFCH/UFPE). A idéia é reunir um grupo de especialistas em juventude e movimentos juvenis para conferências, mesas-redondas e painéis, abertos para estudantes, pesquisadores e o público em geral. Na oportunidade, teremos lançamento de livros e uma exposição do projeto “Memória das Juventudes Pernambucanas”, do NEEPD. Entre os temas que serão debatidos por estudiosos vindos de outras partes, da própria UFPE e da região Nordeste, questões da juventude contemporânea, suas manifestações políticas, estéticas e sociais. Queremos estabelecer um intercâmbio entre pesquisadores locais e nacionais, de forma a incrementar o acervo de trabalhos e pesquisas sobre o tema e constituir uma rede de instituições e pessoas que estudam o assunto.


Michel Zaidan Filho
(Coordenador do NEEPD/UFPE)




SEMINÁRIO NACIONAL JUVENTUDES PERNAMBUCANAS:UM BALANCO A PARTIR DO SÉCULO XX

DATA: 29 E 30 DE ABRIL DE 2010;
HORÁRIO: 09 às 12 Horas e 14 às 17 Horas .
LOCAL: AUDITÓRIO DA FILOSOFIA, 15º andar do CFCH;



INSCRIÇÕES:


- Gratuitas para estudantes de graduação da UFPE ;
- Para outras categorias a taxa será de R$10,00;
- Vagas limitadas (100);
- Download do formulário de inscrição: http://www.4shared.com/document/zrRMA39Y/Ficha_de_2.html (Reenvie, após preenchido para o email: dahistoriaufpe@gmail.com e aguarde a resposta da organização para efetividade da sua inscrição).



INFORMAÇÕES:


- TELEFONES: 2126-7351(NEEPD); 8870-3623 (Maicon); 9715-7846 (Otávio).
- E-MAILS: neepd@ufpe.br; dahistoria@gmail.com.
- Ou pessoalmente na sala do Núcleo de Estudos Eleitorais, Partidários e da Democracia (NEEPD), CFCH-UFPE, 14º andar.



NOMES CONFIRMADOS PARA O EVENTO

ADJAIR ALVES: Professor do Campus de Garanhuns da Universidade de Pernambuco (UPE). Atua como pesquisador nos seguintes temas: cultura, Infância, juventude, escola, família, gênero, estudos da contemporaneidade. Alguns dos seus trabalhos são: “Cultura Juvenil e Mudança Social: um diálogo com o movimento hip hop na periferia de Caruaru-PE”; “Hip-Hop: construindo um campo de luta pela cidadania”; “Culturas Juvenis na periferia de caruaru”; Galeras e o movimento de cultura de rua”. Coordena o projeto “Cultura e Política no Agreste de Pernambuco: uma interpretação das performances juvenis e suas linguagens no contexto social urbano”, cujo objetivo é explorar as formas como os jovens, urbanos, integrantes de movimentos culturais, das cidades que compõem a Mesorregião do agreste de Pernambuco, constrói suas formulações sociais sobre o mundo e sobre si mesmo. Como eles se percebem na estrutura social enquanto parte da realidade social.

JANICE TIRELLI: Professora e Pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Atua como extensionista junto às escolas públicas; organizações e movimentos sociais e movimentos comunitários relacionados do planejamento urbano, aos direitos humanos e coletivos juvenis. Demais temas de interesse: subjetividade contemporânea, sociologia urbana, cultura política, movimentos sociais e processos participativos. Autora de “Reinvenções da Utopia: a militância política de jovens nos anos 90”; “Os jovens anticapitalistas e a ressignificação das lutas coletivas”; “A Sociedade Vista pelas Gerações”; “Educação Política e as novas sociabilidades juvenis”; e vários outros trabalhos.

JOSÉ ALBERTO SALDANHA DE OLIVEIRA: Professor do Departamento de História da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). É Coordenador da Pesquisa “Memórias Reveladas: as Lutas Políticas em Alagoas (1964-1985)”. É autor de “A UNE e o Mito do Poder Jovem”; “A Mitologia Estudantil: uma abordagem sobre o movimento estudantil alagoano”; “O movimento estudantil em Alagoas: uma abordagem e algumas reflexões” e outros trabalhos. Tem experiência na área de História , com ênfase em História do Brasil. Atuando principalmente nos seguintes temas: Memória, Mito político, Identidade, UNE.

LUIS ANTÔNIO GROPPO: Professor e Pesquisador da Pós-Graduação da Universidade Salesiana de São Paulo. Atua como orientador e interlocutor de vários trabalhos relacionados à educação, juventude e participação. É autor de “Juventudes. Ensaios sobre Sociologia e História das Juventudes Modernas”; “1968: Retratos da Revolta Estudantil”; “Introdução à Pesquisa em Educação”; e tantos outros trabalhos.

MICHEL ZAIDAN FILHO: Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política e do Departamento de História da UFPE. É Coordenador do Projeto “Aspectos da Memória das Juventudes Pernambucanas: Novas Configurações e Transmutações (1973-1985)” (financiado pelo CNPq). Seus interesses de pesquisa e de debates giram em torno dos temas atuando principalmente nos seguintes temas: Juventude, Comunismo, Política, Brasil, Democracia e Política. É autor de “Juventude, Cidadania e Globalização: notas para uma agenda político-pedagógica”, Aspectos da Participação dos comunistas no movimento estudantil de Pernambuco (1920-1964)”, “Movimento Estudantil Brasileiro e a Educação Brasileira” (co-participação) e tantos outros.

OTÁVIO LUIZ MACHADO: Pesquisador do Núcleo de Estudos Eleitorais, Partidários e da Democracia (NEEPD) da UFPE. É coordenador de Atividades do Projeto “Memórias das Juventudes Pernambucanas (apoiado pela Proext-UFPE). Seus temas de interesse e de pesquisas estão voltados para a juventude universitária nos anos 1960, a juventude das periferias nos anos 1970 e a memória das juventudes brasileiras no século XX. É Co-organizador de publicações e de pesquisas no âmbito do NEEPD, com destaque para “Movimentos Juvenis na Contemporaneidade”, “Juventude e Movimento Estudantil: Ontem e Hoje” e outros trabalhos.

PATRÍCIA CRISTINA ARAGÃO ARAUJO: Professora do Departamento de História da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Atua com os principais temas: Identidade, História da Educação, Educação rural, Migrações, Literatura de cordel, Interculturalidade, Cultura, Cultura Afro-brasileira e Ensino de história. É autora dos trabalhos “Nos espaços da extensão universitária a inclusão de sujeitos e culturas: saberes que formam e educam”; “APRENDENDO A CONVIVER NUMA SOCIEDADE MULTIFACETA”, Na pedagogia do Spray o lugar da Arte na rua: tecidas no grafite” e tantos outros;

REGINALDO VELOSO: Educador, Mestre em Teologia e História, escritor, compositor e especialista em liturgia. Padre Reginaldo Veloso, foi um dos fundadores do ITER - Instituto Teológico do Recife e um dos braços direitos de Dom Helder Câmara. Ex-Pároco do Morro da Conceição, atualmente é assessor das CEBs, do MAC e do MTC - Movimento de Trabalhadores Cristãos.






fonte: http://diretoriohistoriaufpe.blogspot.com/

O "Descobrimento" do Brasil


Afinal de contas o Brasil foi: “Descoberto”, “Achado” ou “Invadido”? Você tem certeza disso? Ou prefere a ajuda dos “universitários”? A outra opção (e penso que essa seja melhor), você também tem a ajuda do texto a baixo. OK? Boa leitura!

Imagine que, um dia, o nosso mundo seja surpreendido pela visita de seres extraterrestre do planeta Kronk. Esses kronkianos são fisicamente iguaizinhos a nós, humanos, mas têm uma tecnologia militar superavançada.
Os kronkianos saltam da nave e laçam um olhar de desprezo para a gente. Bocejam e depois avisam que acabaram de descobrir um “novo planeta”: o nosso! Ou seja, a partir de agora, eles se consideram no direito de mandar aqui.
São desagradáveis. Caçoam da gente e nos tomam por primitivos, próximos a macacos. Somos chamados de “selvagens”, e eles nem se preocupam em saber como é nossa cultura, se temos valores morais, se fazemos arte, se amamos. Cobiçam nossa namorada e nossa irmã e, depois, as estupram. Amarram os homens e os escravizam. Todos nós sejamos brasileiros, franceses, indianos ou búlgaros, vamos ser obrigados a falar o idioma kronkiano e a venerar os seus deuses. Nossas cidades são arrasadas para que eles instalem o que chamam de “benfeitorias”. O Oceano Atlântico é transformado num pântano, porque suas águas foram enviadas para os aquários do imperador Kronk X.
É um quadro terrível. Acho que todos concordam que deveríamos resistir aos invasores, não é mesmo? Todavia, eles têm mais armas. Torturam os homens, inclusive as crianças. Vazam os olhos, castram e assassinam. Não temos a menor chance. Transmitem doenças que não existiam na Terra. Nossos cientistas não têm tempo de descobrir a cura e o nosso organismo não resiste: a peste kronkiana mata milhões de humanos.
Continuemos o pesadelo. Passam-se os séculos. Quase todos os humanos foram mortos pelos ocupantes. Os que sobraram tentam sobreviver na única área permitida a eles: o “deserto do Amazonas”.
Nas escolas kronkianas, os estudantes aprendem que, um dia, no ano de 1208 d.K. (depois dos kronkianos), os bravos pioneiros descobriram o planeta azul nº 3. Foram grandes heróis ao submeter os selvagens humanos. Trouxeram a civilização. São os “conquistadores”.
A reportagem da TV Kronk mostra uma grande “descoberta” dos cientistas: “está totalmente comprovado que as famílias humanas sempre tiveram o hábito de assar alguns filhos para serem devorados pelos próprios pais no ritual dos seus deuses”. Nos filmes, os mocinhos kronkianos atiram nos humanos para salvar as donzelas kronkianas. Os kronkianos ficam horrorizados ao falar dos humanos. Quando algum kronkiano suja a rua ou rasga as poltronas do cinema, comentam: “Isso é coisa de humano!”. Adoram fazer gracinha do tipo “quando humano não faz na entrada, faz na saída”. Os kronkianos ricos detestam as praias lotadas de kronkianos pobres. Dizem que a praia está “com essa humanada fedorenta”.
Até que os geólogos kronkianos descobrem ricas jazidas minerais no deserto amazônico. Áreas de reserva humana. Não importa. As grandes empresas kronkianas se deslocam para lá e não hesitam em agredir os últimos humanos. Os jornais, contudo, falam que “o progresso chegou à região”.
Amigo leitor, você é esperto e, portanto, já percebeu que essa história, na verdade, está falando do drama dos povos indígenas. Os livros didáticos costumam falar que Pedro Álvares Cabral “descobriu” o Brasil em 1500. (Tal com os kronkianos...). Teria sido mesmo uma “descoberta”? Ou será que foi uma “invasão”? (Extraído do livro: Nova História Crítica do Brasil: 500 anos de História malcontada, de autoria de Mario Schmidt: 1997, p. 10-11).
E agora, qual é a sua opinião? Não esqueça, você depois de ter lido o texto, não tem mais a ajuda dos "universitários". Isso não ficou certo no início, mas, fica agora.


fonte: historiaedebate.blogspot.com

quarta-feira, 7 de abril de 2010

A Decadência de Portugal no Século XIX


Em homenagem aos duzentos anos da chegada da Coroa Portuguesa no Brasil, a Editora Planeta do Brasil, lançou em 2007 o livro 1808, de autoria de Laurentino Gomes. Trata-se de uma obra indispensável para quem deseja conhecer um pouco mais da história do nosso país. Resolvi postar uma parte que relata os motivos da decadência de Portugal.

“(...) Três séculos depois de ter inaugurado a era das grandes navegações e descobertas, Portugal nem de longe lembrava a metrópole vibrante dos tempos de Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral. Os sinais de decadência estavam por todo lado. Lisboa, a capital do império, havia muito tinha sido ultrapassada por suas vizinhas européias como centro irradiador de idéias e inovações. A chama do empreendimento, da curiosidade e da busca pelo desconhecido havia se apagado no espírito português. Os tempos de glória pareciam ter ficado para trás.
O que tinha acontecido com Portugal? Havia duas explicações. A primeira era demográfica e econômica. Com uma população relativamente pequena, de três milhões de habitantes, Portugal não tinha gente nem recursos para proteger, manter e desenvolver seu imenso império colonial. Dependia de escravos em quantidade cada vez maiores para explorações de suas minas de ouro e diamante e suas lavouras de cana-de-açúcar, algodão, café e tabaco. Com uma economia basicamente extrativista e mercantil, enfrentava escassez de capital. Embora os navios continuassem a chegar de todas as partes do mundo, a metrópole portuguesa era uma terra relativamente pobre porque a riqueza não parava ali. Lisboa funcionava apenas como um entreposto comercial. De lá, o ouro, a madeira e os produtos agrícolas do Brasil seguiam direto para a Inglaterra, principal parceria comercial de Portugal. Os diamantes tinham com destino Amsterdã e Antuérpia, nos Países Baixos.

Soberano dos mares dois séculos antes, Portugal já não tinha condições de se defender sozinho. Sua outrora poderosa Marinha de guerra estava reduzida a trinta navios, dos quais seis ou sete eram imprestáveis – uma frota insignificante, comparada com a da Marinha britânica que, nessa época, dominava os oceanos com 880 navios de combate. Como resultado dessa fraqueza, entre 1793 e 1796 mais de 200 navios mercantes portugueses haviam sido capturados pelos franceses. Também devido ao ataque de corsários franceses, de 1794 a 1801 o comércio do reino sofreu prejuízos avaliados em mais de 200 milhões de francos, quase tudo em cargas embarcadas do Brasil. Em valores de 2007, seria o equivalente a 414 milhões de euros ou 1,2 bilhão de reais.

A segunda explicação para a decadência era política e religiosa. De todas as nações da Europa, Portugal continuava sendo, no começo do século XIX, a mais católica, a mais conservadora e a mais avessa às idéias libertárias que produziam revoluções e transformações em outros países. A força da Igreja era enorme. Cerca de 300.000 portugueses – ou 10% da população total do país – pertenciam a ordens religiosas ou permaneciam de alguma forma dependentes das instituições monásticas. Só em Lisboa, uma cidade relativamente pequena, com 200.000 habitantes, havia 180 monastérios. Praticamente todos os edifícios mais vistosos do país eram igrejas ou conventos. Por três séculos, a Igreja havia mantido submissos o povo, seus nobres e reis. Por escrúpulos religiosos, a Ciência e a Medicina eram atrasadas ou praticamente desconhecidas. D. José havia morrido de varíola porque sua mãe, D. Maria I, tinha proibido os médicos de lhe aplicar vacina. O motivo? A rainha achava que a decisão entre a vida e a morte estava nas mãos de Deus e que não cabia à Ciência interferir nesse processo.

A vida social pautava-se pelas missas, procissões e outras cerimônias religiosas. O comportamento individual coletivo era determinado e vigiado pela Igreja Católica. Para impedir o contato entre homens e mulheres durante os serviços litúrgicos, em meados do século XVIII foram erguidas grades de madeiras que dividiam o interior de todas as igrejas de Lisboa. Portugal foi o último país europeu a abolir os autos da Inquisição, nos quais pessoas que ousassem criticar ou se opor à doutrina da Igreja, incluindo fiéis, hereges, judeus, mouros, protestantes e mulheres suspeitas de feitiçaria, eram julgadas e condenadas à morte na fogueira. Até 1761, menos de meio século antes da transferência da corte para o Brasil, ainda havia execuções públicas desse tipo em Lisboa, que atraiam milhares de devotos e curiosos (...).” (pp. 57-59).

Fonte: http://historiaedebate.blogspot.com/