quinta-feira, 15 de abril de 2010

O "Descobrimento" do Brasil


Afinal de contas o Brasil foi: “Descoberto”, “Achado” ou “Invadido”? Você tem certeza disso? Ou prefere a ajuda dos “universitários”? A outra opção (e penso que essa seja melhor), você também tem a ajuda do texto a baixo. OK? Boa leitura!

Imagine que, um dia, o nosso mundo seja surpreendido pela visita de seres extraterrestre do planeta Kronk. Esses kronkianos são fisicamente iguaizinhos a nós, humanos, mas têm uma tecnologia militar superavançada.
Os kronkianos saltam da nave e laçam um olhar de desprezo para a gente. Bocejam e depois avisam que acabaram de descobrir um “novo planeta”: o nosso! Ou seja, a partir de agora, eles se consideram no direito de mandar aqui.
São desagradáveis. Caçoam da gente e nos tomam por primitivos, próximos a macacos. Somos chamados de “selvagens”, e eles nem se preocupam em saber como é nossa cultura, se temos valores morais, se fazemos arte, se amamos. Cobiçam nossa namorada e nossa irmã e, depois, as estupram. Amarram os homens e os escravizam. Todos nós sejamos brasileiros, franceses, indianos ou búlgaros, vamos ser obrigados a falar o idioma kronkiano e a venerar os seus deuses. Nossas cidades são arrasadas para que eles instalem o que chamam de “benfeitorias”. O Oceano Atlântico é transformado num pântano, porque suas águas foram enviadas para os aquários do imperador Kronk X.
É um quadro terrível. Acho que todos concordam que deveríamos resistir aos invasores, não é mesmo? Todavia, eles têm mais armas. Torturam os homens, inclusive as crianças. Vazam os olhos, castram e assassinam. Não temos a menor chance. Transmitem doenças que não existiam na Terra. Nossos cientistas não têm tempo de descobrir a cura e o nosso organismo não resiste: a peste kronkiana mata milhões de humanos.
Continuemos o pesadelo. Passam-se os séculos. Quase todos os humanos foram mortos pelos ocupantes. Os que sobraram tentam sobreviver na única área permitida a eles: o “deserto do Amazonas”.
Nas escolas kronkianas, os estudantes aprendem que, um dia, no ano de 1208 d.K. (depois dos kronkianos), os bravos pioneiros descobriram o planeta azul nº 3. Foram grandes heróis ao submeter os selvagens humanos. Trouxeram a civilização. São os “conquistadores”.
A reportagem da TV Kronk mostra uma grande “descoberta” dos cientistas: “está totalmente comprovado que as famílias humanas sempre tiveram o hábito de assar alguns filhos para serem devorados pelos próprios pais no ritual dos seus deuses”. Nos filmes, os mocinhos kronkianos atiram nos humanos para salvar as donzelas kronkianas. Os kronkianos ficam horrorizados ao falar dos humanos. Quando algum kronkiano suja a rua ou rasga as poltronas do cinema, comentam: “Isso é coisa de humano!”. Adoram fazer gracinha do tipo “quando humano não faz na entrada, faz na saída”. Os kronkianos ricos detestam as praias lotadas de kronkianos pobres. Dizem que a praia está “com essa humanada fedorenta”.
Até que os geólogos kronkianos descobrem ricas jazidas minerais no deserto amazônico. Áreas de reserva humana. Não importa. As grandes empresas kronkianas se deslocam para lá e não hesitam em agredir os últimos humanos. Os jornais, contudo, falam que “o progresso chegou à região”.
Amigo leitor, você é esperto e, portanto, já percebeu que essa história, na verdade, está falando do drama dos povos indígenas. Os livros didáticos costumam falar que Pedro Álvares Cabral “descobriu” o Brasil em 1500. (Tal com os kronkianos...). Teria sido mesmo uma “descoberta”? Ou será que foi uma “invasão”? (Extraído do livro: Nova História Crítica do Brasil: 500 anos de História malcontada, de autoria de Mario Schmidt: 1997, p. 10-11).
E agora, qual é a sua opinião? Não esqueça, você depois de ter lido o texto, não tem mais a ajuda dos "universitários". Isso não ficou certo no início, mas, fica agora.


fonte: historiaedebate.blogspot.com

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